Eu preciso ser brutalmente honesto com vocês: fazia tempo que um filme não me deixava nesse estado. Sabe quando você sai do cinema meio tonto, com o coração ainda batendo no ritmo das explosões e a cabeça fervilhando? Foi exatamente assim que eu me senti depois de assistir a “Warfare”, o novo trabalho do genial Alex Garland.
Tudo começou há alguns meses, enquanto eu pulava uns vídeos no YouTube. Do nada, um trailer. Sem nome, sem data, apenas a imagem de caças rasgando o céu em uma “demonstração de força” tão brutal e ensurdecedora que eu me arrepiei na cadeira. Aquele som… ficou na minha cabeça. Quando o título “Warfare” apareceu, eu já estava fisgado. Eu precisava ver aquilo na maior tela possível (não fui ao cinema, vi na minha televisão de 55″ com home theater com o som no talo! Coitados dos vizinhos, acharam que estava tendo uma invasão armada na vizinhança).
E, meus amigos, a espera valeu cada segundo.
Sinopse Rápida (Sem Spoilers!)
“Tempo de Guerra” nos joga diretamente no centro de um conflito moderno, acompanhando uma unidade de elite em uma daquelas missões que, para eles, pode parecer rotina, mas onde qualquer erro é fatal. Não espere uma história sobre heróis e vilões. O filme é um retrato visceral e claustrofóbico sobre a sobrevivência e a linha tênue que separa a humanidade da selvageria no campo de batalha.
O Som Como o Verdadeiro Vilão
Eu poderia dividir o filme em duas metades bem distintas. A primeira parte é puro terror psicológico. Garland constrói uma tensão que te sufoca lentamente. O inimigo não é um exército ou um rosto específico; é o silêncio. É a espera. É o som. Cada estalo de galho, cada ruído de rádio, cada zumbido distante de um drone vira uma ameaça. A mixagem de som é tão precisa e aterrorizante que eu me peguei encolhido na poltrona, com uma ansiedade que poucas vezes senti no cinema. A ação é pontual, mas cada tiro ecoa como uma sentença de morte.
Quando você acha que não aguenta mais, o filme vira uma chave.
Uma Hora no Inferno, Sem Pausa Para Respirar
A segunda metade… nossa, a segunda metade é um soco no estômago. É quando a missão realmente começa, e o filme engata uma quinta marcha e não para mais. São, sem exagero, mais de 60 minutos de pura adrenalina. A câmera de Garland nos coloca dentro do combate de uma forma tão imersiva que é impossível desviar o olhar. A violência é crua, as decisões são desesperadas e você simplesmente não consegue respirar. É uma obra-prima de ação e caos controlado.
Curiosidades e um Elenco de Peso
Dirigido por Alex Garland (o mesmo cara de “Ex Machina” e “Guerra Civil”) e Ray Mendoza, um ex-membro das forças especiais da Marinha Americana, o filme transpira autenticidade. Eles usaram táticas militares reais e o elenco passou por um treinamento rigoroso, e isso fica nítido em cada cena.
E que elenco! Mas eu preciso destacar um cara: Will Poulter.
Quem, como eu, ficou chocado com a capacidade dele de ser múltiplos personagens no episódio “Bandersnatch” de Black Mirror, vai ficar de queixo caído de novo. Em “Warfare”, ele interpreta o capitão da unidade, um homem que carrega o peso do mundo nos ombros. Poulter entrega uma atuação contida, mas explosiva. Em seu olhar, vemos o líder, o estrategista, mas também o homem apavorado por dentro. É uma performance que com certeza vai colocá-lo na lista de grandes atores da nossa geração.
“Warfare” não é um filme fácil, mas é necessário. É uma experiência cinematográfica completa, daquelas que te marcam e te fazem pensar. Se você busca um filme que te desafie e te prenda na cadeira do início ao fim, pode comprar o ingresso sem medo. Eu já estou pronto para ver de novo.
Referências:
- IMDb: Warfare (2025) – Cast & Crew
- Variety: Alex Garland and Ray Mendoza’s ‘Warfare’ From A24 Rounds Out Main Cast
- Screen Rant: Alex Garland Is One Film Away From Completing A Secret A24 War Movie Trilogy
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- Créditos: Divulgação – Agência A24.