Geração Z: Não é que meus temores eram infundados

As pessoas estão cada vez mais lerdas. E isso não é bom

Grupo com celular

Quando eu era adolescente eu observava com tristeza como os moleques da minha rua tratavam os mais velhos, e tinha o seguinte pensamento: será que quando eu me tornar um adulto, um jovem senhor ou um velhinho de bengala, vou ser atropelado pelos mais novos?

Então o tempo passou. Eu agora sou um adulto. O engraçado é que meus temores não se consolidaram, na verdade ocorreu o contrário: essa geração nova é completamente lerda!

Os jovens estão se arrastando por toda parte… Nos shoppings parecem mini velhos andando sem destino, como se levassem nas costas uma mochila militar lotada de equipamentos. Nos mercados às vezes tenho que ultrapassar um menino ou uma garota, que impedem o meu acesso às prateleiras com sua morosidade. Observo pessoas com seus 20 anos até mesmo  perdendo a condução porque não conseguem correr 5 metros para tomar uma condução que está saindo do ponto.

Eu até cheguei a imaginar que essa lerdeza endêmica seria por conta do excesso de informação a que estão submetidos, mas eu também estou exposto a essa enxurrada de dados, até mais que elas (são várias redes sociais para gerenciar, dois blogs para escrever, trabalho, família, etc).

Mas tem uma boa explicação para isso. No meu passado as coisas eram mais difíceis.  Para conseguir uma música boa eu precisava me deslocar 40 Km para ir a uma lojinha pirata no subsolo dos prédios de Copacabana, e pagava caro por isso… Para ver e jogar um joguinho novo, tinha que ir a uma locadora em um prédio comercial no bairro da Tijuca (a saudosa VideoGame Center) ou alugar um cartucho da Nintendo na Ilha do Governador. Hoje em dia não há mais a necessidade de esforço para conseguir prazer, está tudo automatizado. Nem mesmo para namorar esses meninos e meninas não precisam nem mais sair de casa.

Outro fato que influencia esse comportamento: a violência. Quando eu tinha 12 anos eu tinha permissão dos meus pais para ir da zona norte a zona sul de ônibus, e a única coisa de ruim que poderia me acontecer no deslocamento seria alguém tomar meu dinheiro da passagem e eu ter que voltar para casa passando por baixo da roleta. Hoje em dia é arriscado do jovem não voltar para casa se sair desacompanhado.

E bem vindo ao século XXI

Sair da versão mobile