Netflix: FIM DO AMOR?

Sinto falta da época em que a empresa era realmente relevante

Infelizmente, existem relacionamentos que chegam ao fim após um desgaste contínuo. É exatamente isso que parece estar acontecendo entre a Netflix e seus usuários. Depois de mais de 10 anos, cancelei minha conta. Sentia falta da época em que a empresa era realmente relevante, especialmente durante o período de House of Cards, quando esperávamos ansiosos pelas novas produções originais e filmes adquiridos.

Hoje em dia, a empresa parece lançar apenas uma ou duas séries relevantes, enquanto 99% do conteúdo é de qualidade questionável. Além disso, as séries boas são frequentemente canceladas ou perdem sua identidade ao inserirem discursos ideológicos que acabam prejudicando a trama. Outro problema é quando a empresa adquire uma franquia e acaba destruindo sua essência, como aconteceu com Resident Evil e HeMan (ainda bem que pelo menos Better Call Saul escapou disso, talvez graças à mão firme de Vince Gilligan à frente da equipe).

O desfecho dessa história vem agora, quando a Netflix, indo contra o que pregava no passado, passou a cobrar pelo compartilhamento de senhas, ignorando o contrato que garante ao cliente o direito a algumas “telas” (alegando que as pessoas não leram as letras miúdas).

A Netflix parece ter esquecido como conquistou seu sucesso inicialmente. Ela conseguiu levar a Blockbuster à falência oferecendo um serviço mais justo e conveniente para os clientes, que estavam insatisfeitos com as taxas e multas abusivas da antiga gigante das locações. No entanto, agora ela está cometendo os mesmos erros da Blockbuster, criando taxas e restrições para os clientes, e em alguns casos, até apoiando diretores que insultam os fãs que expressam suas opiniões sobre os rumos que tomam algumas produções.

A concorrência percebe essa movimentação da gigante do streaming em direção ao declínio e está se posicionando para oferecer conteúdos cada vez melhores em suas plataformas, direcionados para uma audiência mais ampla, principalmente para aqueles que PAGAM A ASSINATURA.

Espero sinceramente que a acentuada queda na receita, o aumento nas reclamações devido à baixa qualidade da programação (cada vez mais limitada a nichos) e a perda de assinantes por conta do narcisismo patológico de alguns diretores façam a empresa repensar suas ações. É crucial que ela se esforce para melhorar a programação, em vez de tentar obter mais receita através da criação de taxas, sanções e restrições para os assinantes. Se continuar nesse caminho, a Netflix perderá sua hegemonia para players como Amazon Prime, Disney ou HBO, que estão a cada dia diversificando e aprimorando suas bibliotecas de atrações.

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