Perdido em um labirinto de estranheza
Já se pegaram observando uma cena em um filme e pensando: “O que diabos está acontecendo?”. Se a resposta for sim, então você vai se identificar com a obra de Yorgos Lanthimos. O cineasta grego tem o dom de criar universos paralelos, onde as regras da sociedade são subvertidas e as emoções são expressas de forma peculiar. Ele é um diretor que se destaca pela originalidade e ousadia. Seus filmes são conhecidos por provocar e desafiar o público, sempre trazendo uma perspectiva única e, por vezes, perturbadora. O diretor grego conquistou espaço em festivais de prestígio, como Cannes e o Oscar, onde seu trabalho foi amplamente reconhecido.
Em meus filmes favoritos de Lanthimos, encontro uma combinação perfeita de beleza visual, personagens complexos e narrativas que desafiam o senso comum. Prepare-se para uma jornada por mundos bizarros, perturbadores e fascinantes, onde a estranheza se torna uma experiência cinematográfica única, a realidade é distorcida e as convenções sociais são subvertidas.
Minha lista de filmes, do que menos gostei para o que mais adorei do diretor:
08 – Kinetta
Foi o filme que menos gostei da sua lista, se é que pode ser chamado de filme. Está mais para um ensaio e teste de câmera.
07 – Dente Canino
“Dogtooth” é o filme que colocou Lanthimos no mapa internacional, conquistando o prêmio Un Certain Regard em Cannes. Apesar de ser uma reflexão sobre cegueira social e alienação, tema comum dos primeiros filmes do diretor (e que voltou com força em Pobres Criaturas), eu não gostei do filme pois apesar do tema original o filme é bem arrastado.
07 – Alpeis (2011)
Resumindo, o filme fala o quanto as pessoas são descartáveis e o quanto podem ser mentalmente perturbadas. Confesso que ‘Alpeis’ me deixou com uma sensação ambígua, não gostei muito. A estética amadora e a trilha sonora peculiar, com direito a inclusão inesperada de ‘Carmina Burana’, criam um ambiente intrigante. são instigantes, mas a história me deixou perdido. A tentativa de explorar o luto e a identidade através de uma premissa tão singular não me convenceu totalmente. Talvez seja uma questão de gosto pessoal, mas esperava mais profundidade, ou talvez seja uma tentativa de imitar o estilo de Lars von Trier, mas sem a mesma profundidade ou impacto.
Ou realmente eu não entendi muito bem o que o diretor quis demonstrar com esse filme.
05 – O Lagosta (2015)
Indicado ao Oscar de Melhor Roteiro Original, “The Lobster” é uma distopia romântica que explora as pressões sociais sobre o relacionamento e o amor. Só achei que o filme poderia ter sido mais curto e deveria ter explorado um pouco mais o universo que ele está ambientado.
04 – O Sacrifício do Cervo Sagrado (2017)
O filme recicla o conto da tragédia grega Ifigênia, na qual Agamêmnon mata um cervo sagrado provocando a ira da deusa Ártemis, que exige dele a morte de sua filha Ifigênia em sacrifício. Estranho e angustiante, mas não gostei muito da previsibilidade da segunda metade do filme para frente. Destaques para Nicole Kidman como sempre maravilhosa e pela performance inquietante de Barry Keoghan – o garoto é assustador.
03 – Tipos de Gentileza (2024)
Foi minha porta de entrada para o Yogurtão. Assiti ao filme por indicação de um podcast (um filme novo com Willem Dafoe) e resolvi mergulhar mais fundo no mundo do diretor. É como entrar no mundo das drogas: coisinhas leves como “Tipos de Gentileza” e “A Favorita” te conduzem a drogas mais pesadas como “Pobres Criaturas” e “O sacrifício do Cervo Sagrado”.
02 – Pobres Criaturas (2023)
Filme extremamente belo, com uma estética surreal única. Primeira vez que vejo um filme com temática feminista que aborda o ser humano e suas escolhas e não sentimentos de raiva e competição.
01 – A Favorita (2018)
Vencedor do Oscar de Melhor Atriz para Olivia Colman, o filme se destaca pelo humor ácido e atuações excepcionais, sendo uma obra-prima que equilibra drama e comédia de maneira impecável. A crítica recebeu “The Favourite” com entusiasmo, destacando a direção afiada de Lanthimos e o roteiro engenhoso.
Eu gostei do filme pela dinâmica das personagens. É como estar assistindo a um jogo de xadrez com as três peças: Anne, Sarah e Abigail. Também o escolhi como primeiro da minha lista por se tratar do filme menos estranho do diretor, pela estética maravilhosa e pela atuação impecável das três atrizes.
Conclusão:
A obra de Yorgos Lanthimos é um convite para sair da zona de conforto e explorar novas formas de contar histórias. Se você gosta de filmes que te provocam, te fazem pensar e te tiram da sua zona de conforto, então os filmes de Lanthimos são feitos para você.
E você, qual filme de Lanthimos mais te marcou? Compartilhe suas impressões nos comentários!