Com essa onda de eleições no Brasil, alguns jovens sensíveis começaram a chamar o Presidente Jair Bolsonaro de Bozo. Isso conduziu-me a minha infância, quando ficávamos em frente a nossa televisão preto e branco assistindo ao palhaço calvo e sinistro, torcendo para que o palhaço Bozo, do SBT nos sorteasse em uma roleta para ganhar um presente do Silvio Santos: um carro, uma bola ou até mesmo um filhotinho de cachorro.
Eu era tão pequeno que até cantava o Jingle do programa:
Sempre rir, sempre rir
Pra viver, é melhor sempre rirEu sou palhaço, eu faço assim
Até dormindo, o negócio é sorrir, é sorrir
Um sorriso, um sorriso faz bemEu que era triste, agora não sou
Até os monstros chatos, adoram sorrir
Até cachorro bobo, gosta de rirSempre rir, sempre rir, sempre rir
Se formos considerar os números teremos uma pequena surpresa:
Bolsonaro é o nosso 38º Presidente e segundo a sua oposição, respectivamente o 16º Palhaço Bozo.
Sim… A Esquerda acha que ele é o pior Bozo de todos, e a Direita acha que ele é o melhor, equiparado ao Jocker, como vemos nos memes.
Nenhuma das duas facções está certa, o melhor Bozo EVER foi o senhor Arlindo Barreto.
Antes de falar dele, vamos descabelar o palhaço Bozo: ele foi um sucesso absoluto nos Estados Unidos desde o fim dos anos 40, desembarcando nas terras tupiniquins em 1980 (durou até 1991). Durante os 11 anos que esteve na programação, Bozo foi interpretado por vários atores. Arlindo Barreto foi o segundo, dando vida a entidade azul entre os anos 84 e 86. Arlindo foi uma espécie de Krusty (palhaço dos Simpsons) em Live Action.
O cara era um ator de pornochanchadas (o equivalente aos filmes pornô de hoje em dia, só que com a censura militar em cima) e pegou nada mais nada menos que a Gretchen (não a tiranossaura de hoje, a menina do rebolado na flor da idade), com quem até ficou casado por dois anos.
Ele era viciado em tudo o que era problema nos anos 70-80: mulheres, álcool e drogas, com um gosto peculiar pelo nosso amado néctar chamado Whisky.
Uma vez, respondeu a um repórter como ele conseguia ser tão engraçado com a seguinte explicação:
70% inspiração e 30% uísque.
Arlindo garante que não chegou a se drogar durante o trabalho, mas confessa que realmente teve problemas com as substâncias.
Sua vida de Krusty só foi encerrada depois que, como todo paladino do Caos, finalmente se converteu à Igreja Batista. Ele se tornou pastor e passou a se apresentar como outro palhaço, o Mr. Clown, em várias igrejas pelo Brasil.