Sou de uma geração que gostava de possuir um monte de coisas: CDs, DVDs, figurinhas, papel de carta, etc. Éramos os “colecionadores” (sim, alguns exageraram nesse conceito e viraram os “acumuladores”, com direito até a série na televisão a cabo).
Nesse tempo eu tinha uma base de 400 CDs de músicas, alguns raros que adquiri em importadoras (em Copacabana existiam lojas que só trabalhavam com CDs importados). Isso totalizava mais de 5.000 faixas de música. É claro que grande parte das faixas eram repetidas (os artistas tem essa mania de repetir suas músicas com arranjos diferentes) ou irrelevantes, daí tiramos que meu acervo musical pessoal era composto de umas 2.000 músicas prediletas.
Com a chegada da internet rápida eu passei grande parte de meu acervo para um serviço de nuvem e com isso começaram meus problemas: acusação de pirataria, mesmo eu tendo a mídia física; uso grande de rede de dados (em alguns locais não tinha internet e por consequência, nada de música) e a falta de algumas faixas nos catálogos, como por exemplo o Metal “I Believe in You” de uma Banda chamada Stryper.
Com o tempo me cansei destes problemas e limitações. Juntei todas as faixas que eu gostava e “ripei” em mp3 com 128 kbps para as músicas conhecidas e 256 kbps para as clássicas e para as favoritas.
No fim desta brincadeira fiquei com 1.500 músicas devidamente compactadas em míseros 3 Gb de espaço.
Dizem que o gosto musical de uma pessoa é definido apenas por uma época de sua vida. No meu caso foram os anos 80-90, mas ainda tenho bons ouvidos para o novo, tanto que uso um recurso chamado “Flow” do meu Deezer Premium que pega uma playlist das músicas que gosto e vai encaixando músicas novas de cantores com a mesma “pegada”. Dessa maravilha surgiram coisas incríveis em minha biblioteca como:
“Love On The Brain (explicity)” da Rihanna:
“Hole in My Soul” de Aerosmith:
E até mesmo coisinhas exóticas como “Suffer” do novato Charlie Puth:
Essas músicas vão em uma pastinha na memória interna do celular, com um backup na nuvem e em um Pendrive para o caso de que um colapso mundial venha a ocorrer e todos nós fiquemos off-line.
E é isso, mas não desanimem… Ainda tenho um ouvido que suporta tanto Beethoven em suas lindas sinfonias como Anitta, com algumas ressalvas, é claro.