Última atualização em 27 de agosto de 2022
Não guardo nenhuma lembrança significativa do passado. Não estou filosofando, é que não me lembro mesmo, tenho problemas de memória.
Minhas lembranças de infância são flashes, mas o que eu sempre guardo em minha mente, e seguro o máximo que posso, é que mesmo tímido e reservado, talvez o cara mais calado da turma (minha mãe fala que eu ficava dias sem falar uma palavra), eu conseguia fazer muitas amizades. Vivia em várias turmas diferentes, de vários lugares distintos.
Uma vez minha avó ficou impressionada porque eu fui dar uma volta no Bairro e quando voltei para casa tinham garotos me procurando para jogar vídeo game com eles.
Não tenho certeza… Sou niilista, mas talvez eu seja uma daquelas pessoas que deveria ter seguido uma religião. Eu seria um grande influenciador ou líder. Decerto se ela existir, minha alma é formada por um tipo de substância etérea magnética que cative e prenda para sempre a energia das pessoas?
Como estou no nirvana de minha mente, não saberei desta resposta. Não tão cedo, pois não pretendo mudar mais. Vivi uma evolução que me deixou satisfeito com o que eu sou hoje e é trabalhoso, cansativo, complicado e desnecessário para mim evoluir além da minha pessoa. Quando pinta aquela vontade, eu me pergunto: para quê? Ser uma pessoa melhor? Melhor em que sentido, para quem e com que finalidade prática? Vontade dá e passa, já dizia um sábio ditado popular.
Isso não significa que não tenha mágoas em meu coração. Mas esses sentimentos são tão vagos que acabo ficando com dó ao invés de raiva de quem porventura tenha me feito algum mal, pois como já falei, minhas lembranças são pequenos flashes de um passado complicado.
Para falar que não, sempre que me aproximo de algo que não me fez bem, aquele ser pré-histórico que temos dentro de nós, a mente reptiliana, o inconsciente freudiano que dirige o carro para mim enquanto ouço música, que eu costumo chamar carinhosamente de Tico (o consciente é o Teco) liga aquele “sentido aranha” que manda eu me afastar ou tomar cuidado com aquela interação.
Resumindo, um homem sem passado, mas felizmente não pretendo escrever minha autobiografia, estou contente com minhas lembranças atuais e elas me confortam. Se num futuro provável eu tiver a necessidade de transcrever a minha jornada do herói para o papel, essas lacunas serão preenchidas com extravagantes histórias de situações que eu vou ter que recordar ou inventar…
Mas vamos ser sinceros, nada é o que é falado, os vencedores que escrevem os livros e qualquer narrativa tem um pouco de fantasia envolvida, pois nos seres humanos, temos o péssimo hábito de mudar a resenha de acordo com o ponto de vista e nosso estado de espírito quando presenciamos um fato descrito.