Às vezes, me vem à memória episódios de minha infância, acontecimentos que ecoam em minha mente como fragmentos da memória. Alguma merda que fiz quando moleque, ou de desventuras desencadeadas por meus parentes ou amigos.
Insultos, aventuras, humilhações, sei lá, parecem emergir de um passado tão remoto que parecem ter eventos ocorridos à séculos atrás, como se tivessem ocorrido com outro pessoa.
Contudo, paira em minha consciência uma dúvida persistente: será que essas lembranças são reais? Será que não vi em um filme, estou imaginando que vivi alguma história que ouvi ou será que realmente aconteceu? Será somente fruto da minha imaginação de criança?
Por isso me disciplinei em considerar que a vida não pode ser construída com base em percepções infantis, nem tampouco se curvar aos ecos de memórias antigas. É imperativo desprender-se desse fardo do passado e começar a vida do zero, a cada novo dia.
Necessitamos desapegar-nos dessas limitações. Devemos, incansavelmente, recomeçar. É uma imposição inescapável que nos conduz a um estado de renovação constante. Sem esse renascimento diário, permaneceríamos cativos do passado, condenados a reviver(?) nossos infortúnios e ser subjugados por eles.
Seria como estar no filme “O Feitiço do Tempo” ou ser o Tom Cruise em “No Limite do Amanhã”, mas sem a evolução que ele ganhava a cada vez que vivia o dia.
Em minha jornada diária, mergulho nas profundezas de meu ser para encontrar a chave necessária à libertação dessas amarras. A cada manhã, quando o sol aparece no horizonte, movo toda a minha energia para reiniciar o ciclo da existência. É como se o universo, em sua infinita sabedoria, me concedesse uma nova oportunidade de redenção.
O passado, não define quem sou, tenho que começar do zero todo santo dia.