No século passado a vida dos seres humanos era basicamente resolver problemas. Grande parte do nosso dia era voltado para isso, mas esta não é mais a máxima nesse novo milênio: tudo nos foi facilitado e grande parte do que precisamos está ao alcance das nossas mãos. Temos acesso a filosofia e a tratamentos que podem mudar nossa percepção do mundo e das coisas.
Mesmo assim, vejo pessoas que passam por situações inevitáveis, tristes e incômodas considerando-as verdadeiras tragédias, enquanto outras passam pelos mesmos problemas e tem uma visão menos terrível do acontecido.
Será que a frieza ou a sensibilidade é uma característica própria da pessoa ou existe uma forma de disciplinar a mente para enfrentar esses tipos de situações?
A realidade é que, se não for uma agressão física dirigida ao indivíduo, as coisas, palavras, demais pessoas e situações em si não ferem ou nos criam obstáculos, praticamente poucas coisas tem esse poder. O “x” a questão é a forma como encaramos esses fatos.
São nossas atitudes e reações que realmente nos criam problemas. Tudo está diretamente ligado à sua percepção. Quando você não tem autocontrole, quando sua inteligência emocional está fraca, as suas crenças negativas dominam a forma como você encara o ocorrido.
A filosofia dita que devemos rever o nosso posicionamento em relação aos acontecimentos. É difícil, mas quando você atinge o ponto ideal em sua mente, até a morte deixa de ser tão importante.
Uma vez eu vi a notícia que uma jovem cometeu suicídio após um surto de tristeza ao ter que lidar com a morte de seus avós, que foram embora praticamente juntos.
A morte é cruel, mas é o rumo natural das coisas. É a nossa noção da morte, a ideia que fazemos dela que é por demais terrível, ela que nos aterroriza e nos paralisa, levando uma pessoa a ficar deprimida ou cometer tal ato como essa jovem, sem justificativa.
Quando você não prepara sua mente para encarar as circunstâncias vida, vai temer mais o medo de sentir dor do que a própria dor, vai se magoar tanto com uma crítica que nem milhares de elogios lhe farão ver o mundo como ele realmente é. Ao contrário, quanto mais você estiver atento a sua percepção dos fatos, quanto mais conseguir enxergar a situação de uma forma impessoal (ver o fato como se você fosse um espectador externo e não um participante) e principalmente, quanto mais você se conhecer, menos se machucará com os acontecimentos.
Chegará um momento que conseguirá passar por eles como se nada tivesse ocorrido e ainda vai extrair um aprendizado da situação. Será aquela pessoa que após se envolver em um acidente com vários carros, mesmo vendo todo mundo desesperado pelo prejuízo, discutindo e até brigando para extravasar a raiva, simplesmente senta na calçada, puxa o smartphone (com a tela rachada pelo impacto) e vai ler as notícias enquanto espera o veículo do seguro.
“Não podemos escolher as circunstâncias externas de nossa vida, mas sempre podemos escolher a maneira como reagimos a elas.”
Pense nisso quando se deparar com uma situação inevitável que lhe cause medo, apreensão ou ansiedade, isso lhe fará encarar esse fato de uma forma mais acertada e menos dolorosa.