O esquecido

Crônicas da vida de um homem sem memórias

Sabe quando a sua mente não para de funcionar? Comigo é assim… Desde o momento em que acordo até quando vou dormir, minha cabeça está a mil por hora. Um pensamento louco se encaixa no outro, e mais um na sequência. Por conta disso, às vezes me pego viajando, perdendo o foco na pessoa que está comigo. Isso já aconteceu até em reuniões com clientes.

Acabo esquecendo de beber água, tomar alguma vitamina, almoçar e fazer meus lanches do dia. Só não consigo esquecer do cafezinho, que é meu grande vício.

No entanto, para essa característica minha, sei que a melhor solução não é apenas procurar um médico. Isso seria a solução mais fácil. Provavelmente, ele me diagnosticaria com hiperatividade, TDAH ou algo similar, e assim me receitaria cloridrato de metilfenidato, a famosa Ritalina. No mundo de hoje, parece que tudo se resolve com medicamentos, desde raiva até depressão, mas esses medicamentos alteram suas funções mentais e, a longo prazo, tiram sua personalidade e causam dependência rapidamente, já que o corpo começa a desenvolver tolerância à dosagem administrada.

Então, como eu vivo? Sempre ando com meu smartphone, um pequeno bloquinho de notas e meu gravador de voz. Anoto tudo que é importante e uso aplicativos como 2DO, ToDo, Evernote. Estou sempre verificando minha agenda, onde anoto tudo, até as coisas mais simples, tanto na Google quanto em papel, que, aliás, adoro!

Ao “sistematizar” as coisas, mesmo com a falta de atenção, nunca deixo nada passar e procuro acalmar a mente para me preocupar apenas com as coisas realmente importantes.

Ah, sim, como o artigo mencionou, estava quase me esquecendo… Bebo muita água durante o dia e pratico meditação à noite.

Agora, sobre os eventos:

Evento 01:

Desci do apartamento para curtir a piscina, mas quando cheguei no deck, percebi que tinha esquecido a toalha.

Subi no elevador e, ao chegar na porta do prédio, deu um branco: “O que eu vim fazer aqui?”. Fiquei um tempo pensando e, depois de alguns minutos, lembrei: “Vim buscar minha toalha!”. Mexendo nos guarda-roupas, lembrei que no dia 25 de maio é comemorado o Dia do Orgulho Nerd e também o Dia da Toalha. Até hoje, não sei por que o Dia do Orgulho Nerd é também o Dia da Toalha, porque ainda não li “O Guia do Mochileiro das Galáxias” de Douglas Adams.

Até hoje, estava terminando dois livros que adquiri. No mês passado, foi “Comunhão do Sangue”, da magnífica Anne Rice, e este mês foi a vez de “O Crepúsculo e a Aurora”, de Ken Follett (lutei para continuar lendo, não porque o livro é ruim, pelo contrário, é ótimo, mas pela quantidade crescente de injustiças que ocorrem no decorrer da história). Como estava com a leitura em dia, entrei no Kindle e comprei “O Guia do Mochileiro das Galáxias”, que estava em promoção em sua versão digital.

Feliz da vida pela recente compra, abri meu livro ainda descendo no elevador, e quando cheguei na piscina, lembrei: subi para buscar a toalha e esqueci de pegar.

Evento 02:

Estava atrasado para o trabalho. Atrasado não, acordei um pouco tarde e teria que chegar rapidamente. O elevador social não saía do 20º andar, então, com pressa, corri para o de serviço. Chegando no carro, percebi que tinha esquecido a chave. Voltei para casa, já nervoso por estar em cima da hora, entrei e vi que tinha deixado a carteira em cima da mesa. Peguei a carteira e corri para pegar o elevador, que ainda estava no andar.

Chegando no carro, lembrei que tinha subido para pegar a chave e, por uma falha da minha cabeça, esqueci. Corri, mas o elevador fechou antes de eu entrar e subiu para o vigésimo andar. Corri para o elevador social, que estava no quinto.

Peguei o elevador, subi para o meu andar e corri para o apartamento. Entrei num pulo, peguei a chave do carro e, numa virada, esqueci que a carteira estava na mesa da cozinha e tropecei.

Como estava com pressa, levantei num pulo, fechei a porta rapidamente e peguei o elevador. Quando cheguei no carro, a dúvida: será que tranquei a porta? Não poderia subir para conferir porque meu tempo estava esgotado e já estava atrasado, mas não teve jeito, tive que subir para conferir a porta, pois me dei conta de que tinha deixado a CHAVE DO CARRO no chão da cozinha.

Para finalizar

Mesmo enfrentando esses momentos de distração e esquecimento, aprendi a lidar com eles de forma mais organizada e consciente. Através de estratégias como anotações constantes e práticas de mindfulness, consigo manter o controle das situações e minimizar as consequências desses lapsos. A vida é uma constante jornada de aprendizado, e cada desafio nos oferece a oportunidade de desenvolver habilidades para lidar com nossas próprias peculiaridades, tornando-nos mais resilientes e adaptáveis no processo.

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